sábado, 21 de abril de 2012

Saudades


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei.
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser.
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
lembrando do passado e apostando no futuro.
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser.
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria e nem apareceu;
de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
(...)

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar, sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi.
(...)

Talvez não exprima corretamente a imensa falta
que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência.

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dia do Beijo

Beijo! Ah, o beijo. Tão simples e tão devastador. Possui várias formas e várias definições. O dicionário diz que é o ato de encostar os lábios em pessoa, animal ou objeto, fazendo sucção leve ou forte. Mas, quem ousa limitá-lo a isto? O beijo é muito mais.
Alguns dizem que é uma manifestação de carinho. Outros, o consideram um gesto trivial. E, há quem diga que este é o maior símbolo do amor. Existe o tipo tímido. O tipo audacioso. Aquele ardente de ingenuidade. E, aquele puro de voracidade.
Seja ele dado, recebido, trocado ou roubado o beijo tem poder mágico. É capaz de abrir sorrisos; estagnar lágrimas; curar feridas e permutar almas. Fonte de inspiração e desejo.
Ah... que vontade de dá aquele Beijo!

Jennifer Almeida.

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"O amor é grande e cabe nessa janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar"
(Carlos Drummond de Andrade)